2022 de Lima Barreto

LIMA BARRETO - CENTENARIO DE MORTE EM 2022

Alem do título, curiosamente na crônica "Graças a Deus", publicada na Careta em 1921 (foto 1), Lima descreve minuciosamente os aspectos de sua última residência, chamada por ele de Vila Quilombo. O temor pela desapropriação da casa pelo Estado no Centenário da Independência é superado pelo alívio final, ao imaginar que já estaria morto em 2022, e não veria o que fariam (com sua casa) no Bicentenário.

Afonso Lima Barreto nasceu em 1881, e aos 7 anos viu seu dia de aniversário se tornar o dia da Lei Áurea. Alguns anos depois, com a morte da mãe e perdas de renda da família na ascensão republicana, sai da Zona Sul para a Ilha do Gov. Em 1897 entra na Politécnica para ser Engenheiro. "Prevenido contra tudo e contra todos", percebe que "nem os maiores gênios da ciência" suportariam o peso a mais que recaía sobre o aluno de pele mais escura da turma. Em 2017, a UFRJ emitiu pedido de desculpas póstumo pelo racismo sofrido e denunciado pelo autor. Em 1902 começa a escrever em jornais diversos e se muda para o Grande Méier!

1° viveu entre 1903 e 1913 na atual rua Elisa de Albuquerque, 76. Ao passo que escrevia alguns de seus clássicos, de Isaías Caminha, Clara dos Anjos a Policarpo Queresma (ft4 sendo júri em tribunal), a condição psiquiátrica de seu pai deteriorava. Morou por 2,5 meses na 24 de Maio, 123, no Rocha, e logo voltou a Todos os Santos, na rua Major Mascarenhas. Até 1918 no n. 42 e depois no 26, até sua morte.


Para mostrar a Lima o que sua Vila Quilombo se tornará em 2022, o potente e ativo @negromuro inaugurou o mural da rua Major Mascarenhas, no n. 20, o homenagendo com o fardão de Imortal que a ABL lhe negou. As cirandas e as histórias de Manoel de Oliveira de seus contos dividem o espaço com o palacete existente há 100 anos.


Foi uma "habitação singela, cercada de árvores celestes, com uma vivente horta, sem ostentação, nem fausto" no terreno inclinado que ia até a Suburbana. Do alto do Quilombo, se viam as Serras dos Órgãos, Andaraí e Pretos Forros. E o cemitério, para o lembrar da "perecível condição de homem".


FELIZ 2022, VIZINHOS

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Lima Barreto e o Dr. Aristides Caire