Batalhas de Confetti no Carnaval

BATALHAS DE CONFETTI E CARNAVAL NA BELLE EPOQUE DO MEYER

Apesar de 2021 não ter a chance de ver um carnaval de rua acontecendo, o sábado é uma boa oportunidade pra lembrar o início da identidade foliã do Meyer, que fincou no samba uma importante raiz.

No início do século XX o feriado de carnaval tinha festividades iniciadas ainda em janeiro, tinha desfiles em carros abertos e com todas as referências europeias que se via na recente Avenida Central (Rio Branco). Muitas ruas do Grande Meyer tinham suas "Batalhas de Confetti", organizadas por clubes e lojas de bairros que viviam uma febre associativa. Era um carnaval em "miniatura" que acontecia em janeiro.

Com várias formas de arrecadações, alguns clubs cresceram e investiram mais na grandeza dos corsos e desfiles caprichados, como na foto 2 (1906) e 4, em frente à Loja Rayon (na esquina com a rua Lucídio Lago), patrocinadora frequente na rua Archias Cordeiro. Com a abertura da Amaro Cavalcanti na década seguinte, o Engenho de Dentro passou a ter desfiles mais grandiosos. As premiações e rivalidades dividiam espaço com os excessos que aproveitam a falta de iluminação das ruas secundárias. O trecho entre a rua Angélica (Pe. Andre Moreira) e o Mascotte (Condado Estoril) era o mais iluminado e enfeitado pela chiques lojas de roupas, cafeterias e bilhares dali.

A partir da foto 5, alguns dos principais blocos carnavalescos que existiam no Meyer de 1915, publicado pela Fon-Fon. Os Grêmios Recreativos - que ainda não tinham virado Escolas de Samba - se espalharam por sedes nos subúrbios, e aqui também se destacaram na arte sobre carros alegóricos, ainda em seu início até que chegasse ao patamar atual. Na Arquias Cordeiro ainda tivemos os corsos com os recentes automóveis abertos, hábito tipicamente importado dos carnavais europeus, e que confirmava o talento burguês da capital dos subúrbios! Dos vários que existiam, 4 serão citados nos próximos posts: Fenianos e Destemidos do Meyer; Pingas e Pepinos Carnavalescos (Engenho de Dentro).

Assim como o Carnaval espalhado se centralizou, torço para que um dia ele possa se descentralizar novamente! Essa história faz parte do DNA do Grande Meyer!


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