Estrada de Ferro

D. Pedro II

ESTRADA DE FERRO D. PEDRO II

A lei n. 816 de 1855 obrigava a desapropriação de terrenos por onde passaria a tão sonhada linha do trem! A primeira representante do Grande Meyer foi a estação inaugural do Engenho Novo. É a partir dela que as freguesias rurais passarão a ser consideradas cada vez mais "suburbanas", imprescindíveis ao crescimento demográfico de uma cidade que mal possuía logradouros estabelecidos "além de São Francisco Xavier". A construção da imagem suburbana, seja a real ou aquela cultivada no imaginário coletivo pelos periódicos da época, necessariamente perpassa a história ferroviária do país! E assim começa, especificamente, a história da Meyer enquanto lugar geográfico!

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1ª foto: a construção da linha férrea ligando a Corte às províncias vizinhas começou com a estação do Campo da Aclamação (atual Central do Brasil) a Belém e Macacos (Japeri e Paracambi) em 1858.

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2ª foto: a estação do "Campo", antes de ter o atual edifício em Art Déco da Central em fotografia de Marc Ferrez (1890)

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3ª foto: perspectiva aérea da Central do Brasil na década de 1930, ainda sem a Av. Pres. Vargas

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4ª foto: tabela de horários dos trens de passageiros após a inauguração, com um horário disponível em cada perna somente

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5ª e 6ª fotos: locomotiva "Baroneza", que fez a viagem inaugural da Linha, hoje exposta no Museu do Trem do Engenhão.


ESTRADA DE FERRO D. PEDRO II - pt. 2


O mapa da sétima foto à direita mostra a linha férrea pela perspectiva de relevo. Reparem que a escolha de seu trajeto, além de negociações com proprietários de terras, foi escolhida pela facilidade do relevo mais plano que das áreas vizinhas. E em 1858 surgiu a estrada de ferro, mas não havia muito mais que ela nessas áreas. Quem tinha chácaras e sítios nas margens da linha do trem aproveitava a distância da cidade para pequenos cultivos, principalmente de anil.

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Ainda que não tivesse sinal da estação do Meyer em 1858, era reconhecido que ela valorizaria os terrenos de suas margens. A partir disso, as terras foram sendo loteadas pelos seus proprietários enquanto abriam ruas de terra, sem esgotamento ou melhoramentos, já que eram iniciativas individuais e locais a despeito do poder público.

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Três logradouros se destacavam como caminhos já utilizados pelos carros de boi e variantes de carroças da época. Na 8ª foto a linha amarela é o "Caminho de Dentro" (atual Dias da Cruz). Repare que a razão da curva da Dias da Cruz para quem vem da 24 de maio era o fato de haver um morro mais adiante, após a rua Medina, parcialmente aberto para a rua Amaro Cavalcanti seguir a linha do trem.

A linha verde era o "Caminho do Gambá" (depois Venda do Matheus-depois rua Lins de Vasconcelos) rumo a Serra dos Pretos Forros. A linha vermelha era o Caminho de Miguel Fernandes, único acesso ao "Arraial de Caxamby".

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O anúncio da penúltima foto é dos anos 1860 e mostra o crescimento do interesse sobre as propriedades próximas à estação do Engenho Novo. Para que essa população em expansão buscasse terras no atual Méier só faltava tempo...