Capela de N. S. das Dores

CAPELA DE NOSSA SENHORA DAS DORES

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Essa é umas das joias simples do tempo que mais gosto de falar pra quem tem paciencia de me ouvir. Muitos nem sabem que tem uma igrejinha na rua Almirante Calheiros da Graça, quase no topo da ladeira. É o Convento e Capela de N. S. das Dores, com construção iniciada em 1877, há quase 150 anos!

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A estação ferroviária de Todos os Santos foi inaugurada em 1868, nas proximidades do atual Hospital Pasteur. Não havia Av. Amaro Cavalcanti, e uma rua foi aberta no lado menos povoado de Todos os Santos, subindo a ladeira até chegar na capelinha que nomeou a rua: Rua das Dores, assim como o morro de 64m onde a capela em "eternas obras" estava. Em 1909 os claretianos fundaram outra igreja, mais propícia ao crescimento em terreno baixo, na atual Basílica do Imaculado Coração de Maria. O espanhol Francisco Ozamis se manteve como vigário da capela e representante da missão claretiana ao lado da Coração de Maria

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Ao lado do "barulhento" Meyer e do "populoso" Engenho de Dentro, o bairro de Todos os Santos antes de ter Lima Barreto como morador era calmo recanto familiar suburbano. Na Revista da Semana de 1909 (fotos 3 e 7), dizia que os sábados e domingos não deixavam nada a desejar em comparação aos passeios em "Villa Izabel, Botafogo ou São Christovam". Entre as missas e quermesses, os vizinhos se encontravam no alto da rua, cruzando com a de D. Zeferina (atual Paulo Silva Araujo). Dali, se tinha uma vista privilegiada de todas as Serras que rodeiam a zona norte do Rio. Nas noites de Natal, a missa do galo lotava e fazia os bondes funcionarem até de madrugada.

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A rua adotou o nome atual em 1935. Outras várias reformas alteraram a fachada (passou a ter só um portal). Os prédios tiraram a vista da igrejinha, e reduziram a vista de todos a partir de Todos os Santos. Antes de descermos a desafiadora Paulo Silva Araujo rumo à Venceslau (militar que tinha terras no lado esquerdo da rua) ainda temos, porém, um gostinho do que se podia ver na época, com o desenho de morro "mordido" que o pico do Andaraí Maior (esquerda) faz com o do Tijuca Mirim.

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O patrimônio do bairro permanece vivo

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