Manoel Paiva, o morador pioneiro


SR. JOSE MANOEL PAIVA E A CANCELLA PERNA DE PAU

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Temos falado aqui das ocupações pioneiras, mas quase sempre às margens do bairro do Méier em si. Pretos Forros, Bocca do Mato, Todos os Santos, Engenho Novo, Cachambi...todos começaram um adensamento antes do Méier. Então, o primeiro morador de um pedaço de terra adquirido intencionalmente nos limites do atual bairro foi José Manoel Paiva, nome do viaduto de Todos os Santos, e que foi retratado em uma reportagem no Diário da Noite, de 23 de janeiro de 1930 (nas fotos 2, 5, 6, 7 e 8).

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Paiva havia trabalhado na padaria do Sr. Coutinho (na Pça do Engenho Novo, onde ainda há uma padaria no local - foto 4), que por sua vez ganhou uma gleba entre a Hermengarda e Oliveira (aprox.) de um dos Duque Estrada Meyer por dívida de pão (nunca devem ter pago um sequer). O nome Hermengarda, assim como o da rua Isolina, pertencia a uma mulher preta, escravizada e alforriada pela família Meyer. Manoel Paiva já trabalhava no Arsenal de Guerra do centro e procurava um local maior e mais barato para seus 2 filhos. O anúncio de Coutinho, em 1888 (um ano antes da estação ser inaugurada) chamou a atenção de Paiva, que adquiriu o lote 84 quando ainda chamavam aqui de "Cancella do Perna de Pau" do guarda José Francisco.

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Hoje há uma imobiliária no local da casa, que era praticamente selvagem em suas primeiras ocupações, como descreve na foto 7 as penúrias que exigem o pioneirosmo em qualquer ocupação. As vezes esquecemos do morro que existe embaixo das ladeiras que subimos, e foi por muito trabalho de Manoeis que o bairro foi construindo sua identidade, mesmo em períodos dificieis como o de uma ou duas epidemias (foto 8). Mas saímos dela com a solidariedade e senso de pertencimento coletivo