Agripino Grieco, a sátira e a praça

AGRIPINO GRIECO, O LOBO DO MÉIER

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A praça Agripino Grieco é o coração cultural do Méier, local de referência do @leaoetiopedomeier e @bdcoliseu, e aos poucos vai voltando a pulsar com a energia do antigo morador da Aristides Caire, 74, que lhe empresta o nome.


Agripino nasceu em 1888 em Paraiba do Sul, e saiu após ser aprovado num concurso pra telegrafista da Central no Rio, em 1906, e depois em um para escriturário da ferrovia, onde ficou por anos. Leitor voraz, passou a frequentar assiduamente a Biblioteca Nacional desde quando era na Rua do Passeio e teve com seus poemas de juventude publicados, "Ânforas", ótimas críticas e menção da ABL. Influenciado por Olavo Bilac, escreveu bastante até 1913, quando passou a se dedicar mais profundamente à leitura e crítica.


Suas palavras e discursos (fotos 2 e 3) eram reconhecidos pela clareza, intensidade e eloquência com que conseguia reunir a ironia, o refinado e o escrachado. Chamado por uns de "inimigo acérrimo do elogio", era famoso por algumas tiradas sempre oportunas. Achava Machado de Assis só pouco original, mas odiava as "machadólatras". O viu somente uma vez, mas dizia que "Machado não tinha coragem de despir as mulheres. Em seus livros". Dizia rejeitar a ABL por causa do fardão, e perdia amigos por causa acidez de suas letras. Adjetivos como "terrível" eram comuns, mas divididos com os mais variados elogios ao seu estilo ensaístico nos anos 20 e 30.


Conviveu e trouxe a importância de Lima Barreto para a Literatura. E este o levou para as sátiras. Com Catulo, mantinha a boemia da cidade ao subúrbio. "Cidade Maravilhosa; quando o adjetivo chegou, o substantivo já estava meio estragado", escreveu. Ganhou a chave da cidade em 1958, quis receber todas as homenagens "ântumas, não póstumas". Depois de morar em mais de 30 casas, fincou bandeira no Méier por 47 anos, e em seu "palacete" simples manteve uma biblioteca com mais de 50 mil livros. Na foto 6, aparece com Manuel Bandeira, Alceu Lima e Astrud Gilberto para um programa. Em 1968, esteve na inauguração de seu busto no Jardim do Méier, que hoje tá na praça criada só em 76 (fotos 8 e 9), 3 anos depois de sua morte.


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