Pepinos Carnavalescos

OS PEPINOS CARNAVALESCOS DO ENGENHO DE DENTRO

"Hurrah"! Assim como os Pingas, que na foto 2 aparecem com o prestito que ironizava o fim dos quiosques (existiam alguns sempre próximos às estações), os Pepinos Carnavalescos também tem sua origem ainda no século XIX e dominaram a cena festiva até a primeira década do XX. Foram vizinhos de sede na atual Adolfo Bergamini, mas depois os Pepinos se mudaram para a rua Doutor Bulhoes (fotos 6 a 8), mantendo sua bandeira sempre à vista e sendo um ponto de referência comumente observado em anúncios de imóveis da região. Seus carros alegóricos, cada vez maiores e mais ornamentados na década de 10 e 20, precisavam de um barracão maior, e a rua Dr. Niemeyer 69 (foto 9) era o local de onde partiam os cortejos e a folia começava na "primeira hora da tarde até a última hora da madruagada".

A rivalidade com os Pingas já expressava a complexa relação entre "brincadeira e verdade" nas disputas carnavalescas. A territorializacao das agremiações em crescimento fez do Engenho de Dentro um bairro mais conhecido que o próprio Méier, e de várias partes do Rio saíam admiradores que bradavam que ali sim, e não na Cidade, o Rei Momo se esbaldava sem medo de ser feliz. E foi nesse transbordamento de felicidade que Braguinha e Alberto Ribeiro compuseram "Seu Liborio", sambinha cujo personagem central era um sedutor cuja inspiração supõe-se vir de um folião do Pingas dos anos 10.

Em decadência a partir dos anos 30, com novas obras viárias para acessar a Cidade, aumento da dimensão da festa, e boicote público aos festejos suburbanos, o Carnaval se centralizou. No Pingas e Pepinos dos anos 20, o apadrinhamento de pessoas ligadas às contravenções de jogos de azar já se tornava comum. O Carnaval suburbano não teve seu fim jamais, mas passou a trilhar outros caminhos, deixando que clubes e sociedades de bairro como os Fenianos, Destemidos, Pingas e Pepinos assumissem lugares importantes na história e na memória. Escolas de Samba, Blocos e afins assumiram o abre-alas dos nossos anos que só começam, como sabemos, depois do Carnaval.

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