Casa de Luiz Gonzaga no Cachambi

CASA DE LUIZ GONZAGA NO CACHAMBI

Festas juninas de volta, e com elas sempre vem Luiz Gonzaga! Antes de ser o "Gonzagão", fez o baião se tornar moda no Sudeste nos anos 1940. Em 1948, já com o sucesso absoluto de "Asa Branca", Gonzaga se casou com sua secretária, Helena Cavalcanti, na igreja de N. S. Aparecida da rua Ferreira de Andrade, em 16 de agosto. No ano seguinte compraram um casarão muito formoso no "alto" da rua Ferreira de Andrade, n° 965, esquina com a rua Clapp Filho. Do segundo andar se podia ver o Pão de Açúcar.

Com o auge do sucesso, a casa em que vivia com esposa, filha e sogra vivia em festa e música (foto3), recebendo amigos e artistas, de renome ou não. A cantoria devia ecoar por todas aquelas ruas nas silenciosas noites da década de 1950 da fronteira entre Cachambi e Maria da Graça. Era comum que Gonzagão oferecesse hospedagem aos conterrâneos que tentavam a sorte no Rio, e se fosse da música, ainda apadrinhava! Foi assim que a casa recebeu convidados para o "lançamento" da carreira solo de um jovem Dominguinhos, oriundo do Trio Nordestino, como seu herdeiro musical. Será que Luiz Gonzaga acertou? rs

Esse foi também o período de infância de Gonzaguinha, que não morava com o pai, mas com os padrinhos do Morro de São Carlos. Helena tinha problemas pessoais com "Luizinho" e nunca o aceitou plenamente na mesma casa. É provável que o ele tenha passado raras ocasiões na casa do pai do Cachambi.

A casa tinha 4 quartos, 2 salas, terraço e jardim de inverno. O interior era colorido, como marca da época, com cortinas grenás, paredes em tons de verde e azul claros, e móveis escuros. No Jardim de frente, Gonzaga passeava entre os pés de Mandacaru, Xique-xique, coroa de frade e outras plantas da caatinga. Na varanda do 2° andar, uma rede para tirar uma "pestana" à tarde. A casa está muito bem conservada e tem muito desses detalhes ainda visíveis a quem passa em frente hoje (foto 9). As fotos mais atuais são de um artigo de Rafael Bokor, do excelente @riocasaseprediosantigos (grande referência pessoal de trabalho de divulgação da memória local) para a Veja Rio em 2022.


No muro em frente, nossos companheiros do @negromuro puderam marcar essa história no espaço. Parte da vida de Luiz Gonzaga agora

convida os transeuntes do Cachambi a olharem para essa esquina e imaginarem todas as histórias, risadas e canções que passaram por ali e pela Música Popular Brasileira. Apoiem o @negromuro para que espalhem ainda mais essa riqueza cultural que nem sempre ganha lugar nos espaços públicos devidos! O Cachambi é logo depois de Exu, Pernambuco!

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